Gestalt do Objeto

Gestalt do Objeto

Publicado em 1 out 2010

Gestalt do objeto de João Gomes Filho é um livro que trata de como fazer a leitura visual da forma, a partir de fundamentações científica e de psicologia perceptual da forma o autor expressa cada questão por meio de tópicos e imagens.

A gestalt, após diversas pesquisas, trata-se do fenômeno da percepção, através da interpretação do nosso cérebro.

Leis da Gestalt

A Gestalt é dividida em 8 leis: Unidade, Segregação, Unificação, Fechamento, Continuidade, Proximidade, Semelhança, Pregnância da Forma.

Unidade – Uma unidade é identificada em um único elemento, que se encerra em si mesmo.

Segregação – A segregação é a parte que se divide ou que se evidencia em relação as outras unidades, é o fator que contrasta no objeto com outros elementos.

Unificação – A unificação consiste na igualdade ou semelhança dos estímulos, nela se encontra harmonia e equilíbrio nos objetos.

Fechamento – O fechamento ocorre quando se estabelece uma formação nas unidades, ou seja, obtêm a sensação de fechamento visual da forma pela sua continuidade estrutural.

Continuidade – A continuidade é a tendência dos elementos se acompanharem uns ao outros, de maneira que permitam a continuidade de um movimento para uma direção já estabelecida.

Proximidade – A proximidade ocorre quando os elementos que estão próximos entre si tendem a ser vistos juntos, a proximidade e a semelhança são dois fatores que agem juntos.

Semelhança – A semelhança é estimulada pela igualdade da forma e da cor, o que desperta um agrupamento das unidades por partes semelhantes.

Pregnância da Forma – A pregnância da forma é uma das leis mais básicas na gestalt, um objeto com alta pregnância da forma tende a ser equilibrada, harmônica e homogênea trazendo uma boa visualização fazendo com que o espectador consiga entender a forma rapidamente sem problemas, um objeto com baixa pregnância da forma faz com que se tenha mais trabalho para identificar as unidades no objeto.

Após as definições colocadas a cima sobre a gestalt será colocado a conceituação da forma. A forma nada mais é do que os limites exteriores da matéria de que é constituído um corpo, a percepção da forma é o resultado de uma interação entre o objeto físico e o meio de luz agindo como transmissor de informação.

A forma pode ser subdividida por: Ponto, Linha, Plano, Volume, Configuração Real e Configuração Esquemática.

Ponto – O ponto nada mais é do que a unidade mais simples é qualquer elemento que funcione como um centro de atração.

Linha – A linha é a junção de vários pontos, fazendo com que se possa se criar um elemento.

Plano – O plano e a sucessão de várias linhas, criando assim duas dimensões: a largura e o comprimento.

Volume – O volume é definido por uma projeção tridimensional, pode se ter uma sensação de volume a partir da iluminação, da sombra, do brilho, textura, etc.

Configuração Real – É a representação real de objetos e coisas utilizando os limites reais a partir de pontos, linhas, planos e volumes, por meio de fotografias, ilustrações, gravuras, e pinturas.

Configuração Esquemática – É a representação do objetos, por meio de sombras, manchas, chapado, traço, linha de contorno, silhueta, etc.

Para completar todo este sistema de leitura visual são acrescentadas duas classes de categoria conceitual: Fundamentais e Técnicas Visuais Aplicadas.

Categorias Conceituais: Fundamentais

Esta categoria tem finalidade de darem mais embasamento e consistência as leis da Gestalt, são elas: Harmonia, Desarmonia, Equilíbrio, Desequilíbrio e Contraste.

Harmonia – A harmonia é a disposição formal bem organizada entre todos os elementos do objeto, trazendo regularidade de forma simples e clara. A harmonia por ordem traz uniformidade entre as unidades e a harmonia por regularidade traz elementos absolutamente nivelados em termos de equilíbrio visual.

Desarmonia – Podemos chamar do processo oposto a harmonia, os elementos se tornam desordenados produzindo discordâncias, tendem a serem irregulares não tendo nivelamento e inconstância formal.

Equilíbrio – O equilíbrio acontece quando as forças agem ao mesmo tempo sobre ambos os lados dos elementos, trazendo a sensação de que os dois lados de um objeto são iguais ou que são compensados mutuamente. O equilíbrio pode ser compensado por pesos ou pela sua direção que podem ser iguais, ou que balanceiam.

O equilíbrio pode ser simétrico, ou seja, é um equilíbrio axial que pode acontecer em um ou mais eixos, nas posições horizontal, vertical, diagonal ou de qualquer inclinação. E também pode ser assimétrico, nenhum de seus lados opostos são iguais.

Desequilíbrio – É o oposto do equilíbrio, é quando as forças que agem sobre os corpo não consegue equilibrar-se. Este estado pode trazer uma certa atenção ao observador, chamando a atenção ou até o inquietando.

Contraste – O contraste tem uma grande importância, é onde através da luz ou de sua ausência, traz as formas dos objetos. A partir de diferentes cores também pode se notar o contraste realçando ou não diversos elementos. O contraste também pode ser vertical ou horizontal, pode ser a partir de movimentos e dinamismo.

Categorias Conceituais: Técnicas Visuais Aplicadas

Técnicas visuais aplicadas têm como finalidade fornecer subsídios valiosos para o procedimento criativo no desenvolvimento de projetos de qualquer natureza. Essas técnicas são divididas em: Clareza, Simplicidade, Minimidade, Complexidade, Profusão, Coerência, Incoerência, Exageração, Arredondamento, Transparência Física, Transparência Sensorial, Opacidade, Redundância, Ambigüidade, Espontaneidade, Aleatoriedade, Fragmentação, Sutileza, Diluição, Distorção, Profundidade, Superficialidade, Seqüencialidade, Sobreposição, Ajuste Óptico e Ruído Visual.

Clareza – Onde a uma visualização bem organizada, unificada, harmoniosa e equilibrada. O objeto pode ter uma estrutura simples, ou complexa.

Simplicidade – Ela é livre de complicações, traz harmonia e unificação, normalmente traz baixo numero de informações ou unidade visuais.

Minimidade – É uma técnica econômica, onde há pouquíssimos elementos em sua composição.

Complexidade – Oposto do conceito de simplicidade, a complexidade tende a ter muitas unidades em sua composição, e dificulta a sua leitura rápida.

Profusão – A técnica de profusão esta ligada, ao poder da riqueza, estilos formais góticos, barroco, art déco e similares. Ela é associada ao fator da complexidade.

Coerência – Caracteriza por uma organização visual integrada, equilibrada e harmoniosa em relação ao seu todo.

Incoerência – É o oposto da coerência, a sua organização visual é distinta e contraditória, os objetos apresentam desarmoniosos e desintegrados.

Exageração – A exageração traz uma expressão visual intensa e amplificada, onde traz um enorme foco de atração em algum elemento no seu todo.

Arredondamento – Caracteriza pela suavidade, delicadeza e a maciez que as formas transmitem. O arredondamento esta ligado a continuidade fazendo com que os olhos percorrem de maneira tranqüila a configuração do objeto.

Transparência Física – A transparência caracteriza-se por objetos sobrepostos e que pode se ver através deles, a visualização pode ser parcial ou total.

Transparência Sensorial – Neste caso a transparência passa um sensação muito próxima da realidade dos objetos visualizados. É produzido por uso de técnicas tradicionais e computacionais.

Opacidade – Esta técnica é o oposto da transparência nela não se pode visualizar o que esta por trás do objeto sobreposto.

Redundância – A redundância se resume basicamente por excesso de elementos iguais, muitas vezes até supérfluos.

Ambigüidade – Esta técnica produz efeitos interessantes, pois mostra um único objeto com interpretações diferentes daquilo que é visto.

Espontaneidade – É uma técnica não premeditada, instintiva, não há nenhum planejamento para sua realização.

Aleatoriedade – É uma técnica que faz com que os elementos sejam dispostos de um modo não seqüencial, algo casual ou acidental.

Fragmentação – Esta técnica se caracteriza por uma organização formal decomposta, as unidades estão separadas entre si.

Sutileza – É uma técnica de forma elegante e grácil que reflete bom gosto.

Diluição – A técnica de diluição não se associa a precisão e a  nitidez da forma. Podese passar sensações de calor humano, sonho, ilusão e outros sentimentos.

Distorção – Se caracteriza por deformação, mudanças de sentido ou ainda por diferenças de ampliação. Esta técnica bem manejada produz efeitos plásticos muito intensos.

Profundidade – A profundidade se caracteriza principalmente nas variações de imagens retilíneas, provocando um percepção de profundidade ou de distancia.

Superficialidade – Essa técnica se caracteriza por elementos bidimensionais e chapados. Ela é o contrario da técnica de profundidade.

Seqüencialidade – Essa técnica se aplica a uma organização de unidade de um modo que fiquem continuas, trazendo harmonia e equilíbrio.

Sobreposição – É uma técnica que trás por características objetos um em cima dos outros, que podem ser opacos, translúcidos ou transparentes.

Ajuste Óptico – O ajuste óptico funciona como um refinamento no trato da forma e do bjeto, tem como pressuposto básico o equilíbrio e a harmonia visual.

Ruído Visual – O ruído visual acontece quando existe uma interferência ou até mesmo algo inesperado que atrapalha um pouco a harmonia visual do objeto. Mas o ruído visual também pode ser útil utilizando-o de uma maneira inteligente.

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Conclusão

Após o aprendizado de todas essas técnicas, o que fará do observador um bom leitor da forma visual será sua sensibilidade e seu repertório cultural, técnico e profissional.

As dificuldades vão desaparecendo a medida que o observador faça exercícios práticos de acordo com a metodologia de leitura.

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